Publicado em: 29/07/2021

Boca seca e trismo são algumas alterações que podem surgir como efeito colateral.

Diariamente, milhares de pessoas procuram hospitais em de investigar e tratar algum tipo de câncer. Pode soar estranho e distante, mas cuidar da saúde bucal é extremamente importante nesses casos, já que o cuidado minucioso e com acompanhamento de um dentista pode, inclusive, evitar interrupções de quimioterapias, por exemplo, ampliando as possibilidades de cura.

Quando um paciente é diagnosticado com carcinoma, existem algumas alternativas de tratamento: quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou ainda outros procedimentos. Um dos tipos mais frequentes e, naturalmente mais agressivo, é a quimioterapia, que gera alguns efeitos colaterais inerentes à medicação, como lesões em alguns tecidos.

Entre essas consequências estão as feridas na boca que podem se agravar rapidamente. “O paciente pode ter lesões semelhantes a aftas, vai perdendo o sabor da comida, pode desenvolver trismo, que é limitação da abertura bucal, a boca pode ficar seca... Essas alterações que surgem na boca do paciente são decorrentes do próprio tratamento antineoplásico, que está destruindo a célula do câncer e que nem sempre consegue separar qual é a célula cancerígena e qual é a célula normal, produzindo dessa forma essas lesões na cavidade oral do paciente”, explica a cirurgiã dentista Marciane Silvestro Fiori.

Efeitos minimizados

Identificando isso precocemente e agindo de forma preventiva, os efeitos nocivos podem ser minimizados e, com acompanhamento correto, é possível, inclusive, evitar interrupções no tratamento oncológico. “Pode ocorrer de o paciente ter que interromper o uso dos antineoplásicos para tratar essas feridas na boca, já que elas podem se situar em toda a cavidade oral, podem se tornar mais severas comprometendo a capacidade de se alimentar do paciente, aumentando a debilidade do mesmo. Então ele precisa se reabilitar, recondicionar a saúde bucal para depois dar continuidade ao tratamento contra o câncer”, detalha a dentista, acrescentando que o cuidado com a saúde bucal também se aplica àqueles pacientes que fazem radioterapia para tratar câncer de cabeça e pescoço.

Por isso, a recomendação é procurar o dentista antes mesmo de iniciar o tratamento contra o câncer, para que seja possível fazer um diagnóstico da saúde bucal e atuar na prevenção. Caso não seja possível fazer essa prevenção, o acompanhamento com o dentista mesmo durante o tratamento oncológico é importante, pois com procedimentos em consultório consegue-se promover terapias básicas de suporte como cuidados com a higiene, retirada de foco infeccioso, reembasamento de próteses, além da principal ferramenta: a aplicação de laser. “O uso de laserterapia de baixa frequência promove um reparo celular de maneira mais rápida, propiciando alívio e melhorando a cicatrização das lesões que surgem, promovendo uma biomodulação no tecido e redução da inflamação”, complementa Marciane.

Fonte: Jornal de Beltrão

Tratamento odontológico adequado pode ajudar pacientes que lutam contra o câncer